
Como uma alteração no quadril pode causar dor e limitação na vida de adultos jovens.
Impacto femoroacetabular.
O nome é complicado, mas é simples de entender.
Primeira coisa importante é saber que essa é uma doença de adulto jovem. Homens ou mulheres praticantes de ballet, artes marciais, crossfit, surfe, tênis, corrida ou até mesmo musculação que começam a sentir uma dor na virilha. Inicialmente uma dor apenas ao exercício e que futuramente pode evoluir para dores em movimentos específicos até chegar num estágio de dor em repouso.
Isso acontece geralmente por uma alteração anatômica no acetábulo (local da bacia onde fêmur se encaixa) ou até mesmo do colo/cabeça do fêmur que cria uma elevação ou bump ósseo que acaba impactando durante determinados movimentos. Ou seja: Uma alteração na anatomia que acaba criando um impacto do fêmur com o acetábulo, daí o nome: Impacto femoroacetabular.

Figura1: 1: Podemos ver um quadril normal 2: Uma proeminência no fêmur (vermelho) gerando um impacto chamado CAME 3: Uma alteração no fêmur e no acetábulo o que chamamos de impacto MISTO 4:Uma alteração no acetábulo gerando um impacto tipo PINCER.
Como diagnosticar?
O diagnóstico é feito por um especialista em quadril através de um exame físico detalhado e exames complementares. Incidências de raio-x auxiliam o ortopedista a traçar ângulos específicos e determinar as deformidades e qual sua extensão. Exames de ressonância magnética podem ajudar na avaliação de lesões secundárias como lesão do labrum, distensão da capsula articular assim como avaliação das deformidades.
Como tratar?
O tratamento é totalmente individualizado e depende do tipo de impacto assim como da rotina de atividades físicas do paciente de forma que consigamos reabilitá-lo e fazê-lo voltar às atividades sem dor.
Em alguns casos podemos optar pelo tratamento conservador (não cirúrgico) através de medicação analgésica e fisioterapia, onde deve-se evitar amplitude de movimento e focar em reforço muscular.
Em casos mais avançados e na falha do tratamento conservador o tratamento adotado é cirúrgico, tendo a artroscopia a técnica mais moderna e usada atualmente. Essa cirurgia é feita através de vídeo, com visualização das lesões da articulação com uma câmera especial e correção dos defeitos.
Em casos avançados em que já haja desgaste da cartilagem e consequente artrose a cirurgia por vídeo não pode ocorrer, de forma que é possível uma indicação de substituição da articulação por prótese.
Cada caso é diferente, cada tratamento tem suas peculiaridades. Faça sua avaliação médica e cuide da sua saúde.