Operou prótese? Veja o que fazer para melhor recuperação.

Cuidados pós operatórios na cirurgia Prótese de quadril



Introdução
A prótese total de quadril é uma cirurgia realizada para substituir, parcial ou totalmente, a articulação do quadril, geralmente indicada em casos de artrose avançada, fraturas ou outras condições que comprometem a mobilidade e causam dor intensa. Neste artigo, vamos abordar os principais cuidados e orientações para um bom pós-operatório, ajudando na recuperação funcional e na prevenção de complicações.

Orientações Iniciais Pós-Operatórias:
1. Uso de Andador, Muletas ou Bengala




Nos primeiros dias após a cirurgia, é fundamental utilizar dispositivos auxiliares de marcha como andador, muletas ou bengala. Eles ajudam a prevenir quedas, oferecem mais estabilidade e auxiliam no processo de recuperação.

Não há um tempo exato de uso, pois isso depende da evolução e do conforto individual de cada paciente. O importante é respeitar os limites do corpo e ir diminuindo o uso conforme a melhora clínica.

2. Medicações


É essencial seguir corretamente as orientações da equipe médica quanto ao uso dos
medicamentos prescritos. Em geral, a medicação inclui:

  •  Anti-inflamatórios:
Auxiliam no controle da dor e na redução do inchaço comum no pós-operatório.
  • Analgésicos:
Usados para controlar eventuais picos de dor durante a recuperação. A combinação de analgésicos com anti-inflamatórios costuma ser muito eficaz.
  • Anticoagulantes:
Previnem complicações como a trombose venosa profunda e favorecem a circulação.
Na maioria dos casos, utiliza-se Xarelto (rivaroxabana) por um período de 28 dias.
  • Outras medicações:
Em situações específicas, podem ser prescritos novos analgésicos, corticoides ouantibióticos, de acordo com a necessidade do caso.

Atenção!
Dúvidas sobre interações medicamentosas, alergias ou qualquer outra questão relacionada às medicações devem ser esclarecidas no momento da alta. Não hesite em perguntar!

3 - Ferida Operatória

Os cuidados com a ferida operatória são fundamentais, pois a ferida pode ser uma porta de entrada para bactérias e, consequentemente, infecções.
  •  Manter a ferida coberta com curativo até a retirada dos pontos é muito importante.
Isso ajuda a:
o Evitar a entrada de sujeira
o Proteger os pontos
o Prevenir que o paciente coce a ferida (lembrando que nossas unhas acumulam
bactérias que podem contaminar a área!)

  •  Não é necessário usar cremes, pomadas, hidratantes ou óleos na ferida.
 Para a limpeza:
o Utilize apenas soro fisiológico.
o Sempre use luvas na troca do curativo para evitar contaminação.

4 - Posições e Movimentos Proibidos nos Primeiros 30 Dias

  • Pode ficar em pé? Pode.
  •  Pode sentar? Pode.
  •  Pode colocar o pé no chão? Pode. 
  • Pode andar? Pode também.
Porém, durante a fase inicial da cicatrização, é muito importante evitar dois cuidados
essenciais:
  •  Não cruzar as pernas.
  •  Manter o ângulo entre o tronco e a coxa em até 90 graus (não flexionar o quadril além disso).

Esses cuidados são importantes porque esses movimentos podem predispor a luxação da prótese — ou seja, a prótese “sair do lugar”. Isso acontece porque a parte interna da cápsula articular e os músculos ainda estão em processo de cicatrização. Normalmente, após 30 dias, essas restrições são suspensas.

5 - Fisioterapia




O comprometimento com a fisioterapia é seu maior aliado na recuperação!

  • A fisioterapia geralmente é recomendada desde o dia seguinte à cirurgia.
  •  O fisioterapeuta vai elaborar um protocolo de recuperação individualizado respeitando os movimentos que devem ser evitados.

  •  Os focos são analgesia, restabelecer a força muscular, melhorar o equilíbrio, recuperar a marcha (voltar a andar) , auxiliar no alongamento e reforço muscular.
Ter o acompanhamento de um bom fisioterapeuta e manter-se comprometido com a reabilitação é a chave para uma recuperação bem-sucedida!

6 – Retorno ambulatorial


Nossa equipe solicita retornos periódicos para acompanhar sua evolução individual, avaliar a
ferida operatória, retirar os pontos e analisar exames de imagem.
Em geral, são três retornos importantes:

  • 2 a 3 semanas:
Primeira avaliação ambulatorial pós-cirurgia. Nesta consulta, verificamos a ferida e, se
possível, retiramos os pontos.
  •  6 semanas:
Avaliação da força muscular, reabilitação, mobilidade e marcha. Espera-se que o
paciente já esteja andando sem auxílio.
  • 3 meses:
Nessa fase a prótese já estará 100% integrada ao osso. Espera-se uma boa avaliação
radiológica e recuperação total do paciente.
  •  Avaliação anual:
Mesmo após a alta clínica, pacientes com prótese devem ser acompanhados anualmente para monitorar o desgaste do material, com avaliações com Rx e exames